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A Arte de Soeli Fialho


Soeli Fialho – companheira minha nesses anos passados – desde 1963, quando contraímos matrimônio, minha incentivadora e inspiradora no processo de vida, nas minhas conquistas no trabalho, nos salões de pintura e desenho onde premiações consegui. Foi nessa simbiótica vivência que, sucumbindo também à vontade, que resolveu ela seguir uma trajetória, por despretensiosa atirou-se a ela, já pelos anos noventa, pelo campo que tanto me incentivara; assim, não poderia eu deixar também de fazê-lo. Daí começa o seu desenvolvimento, seu autodidatismo, seus exercícios experimentais, vez por outra, interrompidos pelas suas responsabilidades também como mãe zelosa pela educação dos filhos de forma que, após certo tempo, já eu aposentado dos encargos que me pesaram, passei a dar um apoio mais efetivo às suas vontades que vão, então, se fortalecendo em seu interior sempre ávido das ações mais variadas, assim iniciando um processo de escolha do material que iria utilizar: peças de madeira, algumas bem pesadas, alçadas das sobras de construção de nossa residência, vidros com rótulos de produtos vários, garrafas e uma espécie de tinta utilizada em artesanato. Com esse escasso material vai desenvolvendo então as suas habilidades, surgindo daí linhas traçadas através de um colorido onde o prazer vagueia a revelar um colorido vibrante a criar formas e conteúdos inusitados que não se classificam por estilos quaisquer, além de uma forte personalidade, habilidade e pureza. A técnica, criada com minúsculos pontos que se ajuntam, vai revelando linhas robustas donde nasce um mundo de formas e cores interpostas de forma quase disciplinadas que impressionam pela pureza de propósitos. Vê-se, então, brotarem figuras bastantes expressivas pela firmeza de suas mãos levadas por uma aventura sem par à procura de diálogo, mas um diálogo silencioso – em busca do conhecimento. Foi a descoberta de parte de seu eu até então não revelado, escondido, num processo envolvente, criativo que vem desenvolvendo. Ali estava a fonte, bastou que se abrisse uma comporta para que o seu rio criativo escorresse, claro, singelo, cristalino, criando um leito profundo num trabalho de cunho inteiramente pessoal, uma técnica por si mesma elaborada, um trabalho onde se fundem o artesanato e a arte da pintura. Assim encontrou ela solução para os seus anseios.

É como diria Cícero, o grande pensador romano: “As nascentes tem sede”.

Renato Fialho – O velho

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